“Eu nunca encarei a morte como uma possibilidade. Não que fosse apegado a nada de especial na vida, mas é que a morte não existe. A morte é uma doença crônica”.
Uma certeza que há em toda e qualquer história, é a certeza do fim.
Fernanda Torres embarca na ficção com uma proposta não convencional. O livro é contado por mais de um narrador, cada qual coloca o seu ponto de vista. São cariocas que falam de suas vidas, revivem histórias do passado, suas amizades que se cruzam e o fim. Sol, praia, sexo, drogas, uma doze de ilusão, tristeza e constatações. Fim não poderia ser mais real, em carne viva... Parece que os personagens do livro leram Nelson Rodrigues, eu ouvi dizer por ai.
A atriz sai de sua área de acomodação e é bom vê-la tão diferente dos papéis que costuma atuar. Talvez um escritor seja um artista como o ator, exatamente igual. A diferença é a mídia em que atuam. O escritor interpreta a todos no papel, encarna o personagem nos dedos e às vezes – eu creio nisso – ensaia umas palavras e trejeitos para ver se o personagem realmente diria aquilo... Então eles escrevem.
Fim é uma grande brincadeira com a vida. Parece-me um sorriso largo sobre como tudo pode ser um grande engano. Traz-nos uma pesar, mas certa esperança de como a perfeição é delicadamente encontrada nas cavidades imperfeitas. Não existe casamento exemplar, bem como família e amizade sem mancha, no entanto, há um sentimento maior do que os bons modelos podem trazer. Talvez a mania de amar, mesmo com toda a contradição.
A editora disponibiliza um trecho do livro em PDF, leia aqui (http://www.companhiadasletras.com.br/trechos/13662.pdf)
IMAGEM: http://ambrosia.ambrosiaportaisd.netdna-cdn.com/wp-content/uploads/2014/09/fim-fernanda-torres-922x620.jpg
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