sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

Crônica de uma morte anunciada, Gabriel García Márquez

Tentando recompor, com “tantos estilhaços dispersos, o espelho quebrado da memória” Márquez,

Gabriel García Márquez propõem ao leitor se envolver em uma trama que ele conhece o desfecho desde o início: uma morte anunciada! Óbvio que para o leitor de superfície, talvez, não haja interesse em acompanhar uma história que já se saiba o fim – as narrativas modernas o seguram até a última página, ou melhor, até a última página do último livro de uma saga. Sem crítica generalizada, muitos deles valem a pena! O que Márquez sugere é um olhar para a estética. A precisão quase que jornalística do relato, tomando nota do testemunho de tantas vozes e colocando no colo do leitor as escolhas, os estilhaços da memória, sem jamais dispensar a poesia própria do colombiano. 

Publicado um ano antes de ganhar o Prêmio Nobel, em 1981, Crônica de uma morte anunciada é narrada por um personagem que anos após a fatídica morte pesquisou e expõem a história de acordo com o relato de diversos personagens. A princípio é possível crer que o tempo está desordenado na história, mas existe uma veracidade cronológica que circunda a morte de Santiago Nasar.

Existe um quebra-cabeça a ser montado e o leitor, co-autor da obra, tem justamente que fazer suas apostas, acompanhar o narrador que investiga cada relato e acreditar ou não na veracidade e imparcialidade deles. Faz parte de um jogo delicioso de desconstrução do tempo-espaço fazendo a história ir e voltar. Gabriel sempre valendo a pena!

Imagem: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEghCaHLW21cFiOtAnvgKYyn6cjpQaNBJEr3-71CWiqIuXf5X9N6qQyBQQvwHDN6qCL5Gu7BPfKmxsxC_8vRU5aZcHCkwThcwMBd72Ya-iDZ6ujrBK_zlpeXyOyaf6BGjk0f0REVrN009M9s/s1600/20131223_091614.jpg

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