A obra de Zuenir Ventura, lançada em 1988, é na verdade resultado de anos de pesquisa e absorção de climas de uma década intensa de nosso país. De um ano, que segundo o autor, não terminou e trás ecos até os dias atuais.
Ao ler o magnífico texto de Ventura compreendemos uma parte crucial do processo democrático do país. Fica clara a participação dos jovens, intelectuais, artistas e jornalistas da época nesse processo contra a ditadura. O livro concentra-se na efervescência do Rio de Janeiro de 1968 e mostra respeitáveis personalidades públicas atuais envolvidas com a causa, entre eles: Chico Buarque, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Ziraldo, Clarice Lispector, Milton Nascimento, Oscar Niemeyer e Paulo Autran. Segundo o autor: “Os que viveram intensamente aquele tempo guardam a impressão de que não faziam outra coisa: mais do que fazer amor, mais do que trabalhar, mais do que ler, fazia-se política. Ou melhor, fazia-se tudo achando que estava fazendo política.”
O texto mostra o governo de Costa e Silva e a pressão causada pelo militarismo até culminar no ato institucional AI-5, que se sobrepunha à Constituição de 1967, dando extraordinários poderes ao Presidente da República.
O livro narra um importantíssimo momento de nossa história, bem escrito e buscando apresentar diversos lados, o livro de Zuenir cumpre a sua missão, missão está que o autor define usando Mário de Andrade: “Não devemos servir de exemplo a ninguém. Mas podemos servir de lição”.
IMAGENS:
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