terça-feira, 12 de abril de 2011

Notas da Consciência

O caminho foi abrasador e a noite quente foi suada e prazerosa. No entanto, o sol não tardou e seus raios vieram para clarear o que estava oculto na consciência. Há algum tempo eu já havia entendido que a compreensão dos fatos não está acima da vontade.

Percorri o mesmo caminho da primeira noite com o rigor próprio dos viciados, partindo em duas a verdade que movia meu ser. Encontros à sombra, gemidos reprimidos e ruídos abafados. Toda clandestinidade só encontrava ponto de calma ao fim do encontro, após todo exercício corporal. Porém eram momentos onde encontrávamos a verdade na confusão partilhada.

Em pouco tempo a vida rasgou o véu da obscuridade e revelou o meu escândalo. Meus olhos encharcaram-se de lágrimas absurdas. Depois de tanto depravar o que era sacro para mim, o choro veio tardio e sem sentido algum, não correspondia ao vazio que consumia minhas crenças. Eu chorava após ter violado os meus princípios, após ter escolhido uma noite mais escura do que a que reinava ao meu redor.

Desde então o subsolo de Dostoievski tem minado meu ânimo. “A inércia consciente” tem livrado-me do conto de fadas e trazido o cinza para um mundo que era colorido. Pretensão tola achar que hoje sei algo, apenas vi além da parte boa (e até então única) que conhecia. O que me paralisa para confortantes ópios. 

IMAGEM: http://www.planob.org/wp-content/uploads/2009/08/consciencia.jpg

Um comentário:

  1. Nem sempre o corpo e a alma caminham juntos. O q um precisa não necessariamente é o q o outro precisa o prazer carnal é apenas um complemento. Quem chora talvez não seja o corpo e sim a alma.
    Mas isso me lembra aquela música da Cindy Lauper - True Colors: " And I see your true colors that's why I love you, so don't be afraid to let then show Your true colors are beautiful like the rainbow".

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