Eu não sei o que a astrologia prometia naquele ano de 1988, nem mesmo sei o que a numerologia propagava. Não sei qual era a expectativa para a economia mundial, muito menos como o meu país estava economicamente. Não tinha a idéia de como os ídolos da época influenciariam, também não tinha noção de quem eles eram. O que era certo para minha existência, naquele momento, eram as pitadas com as quais a genética me temperou após o sopro do Criador.
Aquela manhã de maio foi o ponto inicial de vida e morte. Garoava como era costume em São Paulo. O dia devia estar azul, porque esse é o clima que marca minhas emoções. A cidade movimentada com a rotina do oficio de uma sexta-feira, todos com milhões de pensamentos na cabeça, um silêncio nos lábios e alguma solidão no olhar.
Mais um paulistano! Para as estatísticas um dígito, para os meus pais o filho varão. Comei chorando. Talvez, ainda na Maternidade Santa Marina eu tenha sorrido, mas a certeza é que esses dois aprendizados têm se perpetuado: sorrir e chorar. Experimentados em situações diferentes, por vezes com novos sentidos.
Refletindo... Não foi na manhã de maio, outono de 1988 que nasci, não só naquela manhã, eu venho nascendo desde então. A cada nova descoberta, a cada medo vencido, a cada alegria que balança meu peito e a cada amigo que conquisto. Venho morrendo também, com uma contagem regressiva que desconheço, alguns dizem que ainda não devo pensar nisso, já que nem ao menos cheguei à quarta parte de um século.
Meu hoje é consequência daquele dia de outono e tudo foi diferente porque era outono, porque era em São Paulo e porque a minha linhagem gravava em mim raízes do nordeste do país. Este texto é próprio de meu espírito saudosista e talvez aqui eu pudesse citar Machado de Assis: “...abuso um pouco das reminiscências osculares; mas a saudade é isso mesmo; é o passar e repassar das memórias antigas”.
Para encurtar a prosa que já esta longa, pensei em finalizar com a canção da mato-grossense
Vanessa da Mata:
“Hoje é meu aniversário
Quero só noticia boa
Também daquela pessoa, oba
Hoje eu escolhi passar o dia cantando
De hoje em diante
Eu juro felicidade a mim”
IMAGEM: Arquivo Pessoal
Pois é, não tem como não ficar mais reflexivo quando se faz aniversário. Mas faz bem. Você faz um balanço da sua vida, do que conquistou, do que perdeu, onde errou, etc. Mas cada ano que passa (e passa rápido), parece que a saudade vai tomando mais conta da gente, e a memória vai tendo mais peso sobre o que somos.
ResponderExcluirMas, nada como poder acordar, respirar fundo, e saber que você tem planos para o futuro, e que aquele dia será mais um em que você irá correr atrás deles.
Abçs!!
Danilo Moreira
http://blogpontotres.blogspot.com/
Reportagem - A Trilha das Artes
Sempre quando faço aniversário lembro da minha infância, fantasiosa e sonhadora num mundo que não se assemelha ao vivido atualmente.
ResponderExcluirSomos todos como uma Fênix, queimando nossas vidas intensamente. Das cinzas viemos e as cinzas voltaremos, mas sempre voltaremos esperando que o que vem pela frente seja melhor do que passou e assim se torna um ciclo vicioso.
Naquela manhã de 27 de Maio de 1988, nasceu uma pessoa maravilhosa que veio para ser mais que um simples número, que faz muita diferença na vida de quem a conhece. Parabéns meu amigo lhe desejo toda felicidade e sucesso na vida.
Um Abraço