quarta-feira, 18 de julho de 2012

Eu (I, yo, je, ich, io, 私は, 我)

Outro dia, há alguns anos na verdade, me falaram que cada indivíduo é um universo. Constatação que moveu pensamentos dentro de mim. Eu não buscava nenhuma filosofia, mas achei que esse era o caminho para apaziguar tantas dúvidas que me sensibilizavam.

Foram os anos, partes do sábio tempo que me trouxeram olhos mais tranquilos sobre mim e sobre os outros. Somos múltiplos, cheios de marcas que talvez a psicologia não consiga explicar por completo. Porque o mesmo caminho pode levar pessoas a diferentes lugares?

Cada qual, se prestar atenção em si mesmo, verá o quanto somos repletos de lacunas, vazios e incompreensões. É bem possível que a descoberta seja o melhor da vida. Desvendar ao longo do tempo o que há em nós e o que há nos outros, talvez seja essa a razão de viver.

É comum, em algum momento da vida ao menos, nos sentirmos deslocados. Afinal, não somos feitos em série. No entanto, existem algumas diferenças que podem nos trazer mais sofrimento dependendo de qual momento da história nós estamos. Veja bem, algumas décadas atrás, em nosso pais, alguém que desejava ser artista (atriz, cantora, dançarina...) era visto com maus olhos pela sociedade, porém hoje essas profissões são muito bem quistas. A história tem sido assim e não apenas com profissões.

Durante séculos excluímos, marginalizamos e até exterminamos quem fugiu da regra do “normal”. Ainda hoje, mesmo com a sociedade politizada como nós acreditamos ser, continuamos a marcha contra o que foge da nossa compreensão. O ponto principal de qualquer análise que podemos iniciar é a compreensão de que quem faz a diferença são os “diferentes” e não aqueles que os apontam. Porque os marginalizados que conseguirem se autocompreender em meio a confusão e viverem sua vida além de seu tempo, esses sim, merecem qualquer mérito, mesmo que não sejam mencionados nos anais da humanidade. 


IMAGEM: http://www.grandesmensagens.com.br/wp-content/uploads/2010/11/vencedor.jpg

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