domingo, 4 de agosto de 2013

Demian, Hermann Hesse

 “O ‘proibido’ não é, pois, eterno, e, sim, sujeito a mudanças”
 Hermann Hesse

No inicio da narrativa o protagonista volta no tempo para falar de cenas da sua infância. Sinclair conta como foi o encontro com Demian, um amigo singular que mudou a sua vida. Demian lhe chama atenção para o pensamento que existe a margem da maioria. Mostrando a individualidade do homem e a importância da vontade em sua própria história. “... cada homem não é apenas ele mesmo; é também um ponto único, singularíssimo, sempre importante e peculiar, no qual os fenômenos do mundo se cruzam daquela forma uma só vez e nunca mais”.

Aos poucos Sinclair percebe que sua busca não é pelo amigo que ficou na infância, ou por Beatrice (uma paixão platônica). “E pouco a pouco foi se apoderando de mim a sensação de que não era Beatrice tampouco Demian que a gravura representava, e sim a mim mesmo”.

O livro tem forte influência filosófica, principalmente da psicanálise, o autor havia se debruçado sobre alguns escritos de Nietzsche. “Quando alguém encontra algo de que verdadeiramente necessita, não é o acaso que tal proporciona, mas a própria pessoa; seu próprio desejo e sua própria necessidade a conduzem a isso”, diz o autor a certa altura. Hesse brinca com a figura dos amigos que muitos dizem representar a si próprio, questionador quanto as frágeis estruturas da família, do Estado e da própria ética.


IMAGEM: http://www.livrariascuritiba.com.br/Imagens/Livros/Normal/LV314258_N.jpg

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