sábado, 2 de abril de 2016

Ovelhas Negras, Caio Fernando Abreu

E se fosse possível reaver todos os caminhos que você não escolheu? Optar por ter novamente em mãos algo que descartou? O rascunho que não foi publicado e está esperando sua vez no fundo de alguma gaveta cheia de coisas velhas... Foi justamente o que Caio Fernando Abreu fez em Ovelhas Negras.

"Nunca pertenço àquele tipo histérico de escritor que rasga e joga fora. Ao contrário, guardo sempre as várias versões de um texto, da frase em guardanapo de bar à impressão do computador".

O autor selecionou nesta obra os contos que escreveu entre 1962 e 1995. Textos que por diversos motivos não entraram em obras anteriores, alguns inéditos outros publicados uma única vez em jornal.

Compilar 33 anos de história engavetada é, sem dúvida, muito autobiográfico se pensarmos que o que nos desnuda nós tratamos de esconder. Seria igual com o autor? Será que Caio escondeu o que achava inacabado? Ou talvez coisas lado B, que não parecessem linhas suas... Fato é que a obra é de um gostoso tom. Cada texto um pedaço da alma do artista, um Caio de uma época diferente, mas sempre ele: intenso, explicito e firme na fraca humanidade do ser.

Imagem: Arquivo Pessoal



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