“A necessidade de se sentir triste ia se transformando num vicio a medida que os anos a devastavam. Humanizou-se na solidão”.
A história é contada na fictícia cidade de Macondo, fundada pelo patriarca Jose Arcádio Buendía. O leitor acompanha toda a geração mágica e cotidiana de uma família cuja qual os descendentes vivem uma espécie de seqüência dos acontecimentos.
Como sacramenta a própria matriarca Ursula, afirmando que a vida acontece como um caracol, as desgraças e os devaneios da família são repetidos assim como os nomes de seus descendentes.
Prende a atenção do leitor a simplicidade rotineira com que Gabriel conta essa história, em um misto de realidade com esquisitices que encontram total coerência na vila de Macondo. Os personagens são acompanhados em seus sonhos e desencontros, dúvidas e dores, enquanto são jovens e quando encontram o peso dos anos. “... o Coronel Aureliano Buendía compreendeu de leve que o segredo de uma boa velhice não é outra coisa senão um pacto honrado com a solidão”.
Não há dúvidas de que a goma que liga a família Buendía é a solidão, as vezes resignada, outras tantas desafiada, mas de um modo ou outro essa é a vocação da família. “... se lamentavam de quanta vida lhes custara encontrar o paraíso da solidão partilhada”.
É no fim de seus anos que os Buendía se reconciliam consigo e talvez eles tenham mais habilidade na arte da morte do que na arte da vida. Aqueles que só têm uma oportunidade sobre a terra buscaram em seus fins pessoais a justificação.
“Não sentiu medo nem saudade, mas uma raiva intestinal diante da idéia de que aquela morte artificiosa não lhe permitiria saber do fim de tantas coisas que deixava sem terminar”.
IMAGEM: http://www.livrariaresposta.com.br/fotos/record_cem_anos.jpg
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