Memória de minhas putas tristes, publicado em 2004, é a maturidade de um tratado que Gabriel García Márquez iniciou em O amor nos tempos do cólera, um tratado sobre a velhice. “... se envelhece mais e pior nos retratos que na realidade”.
Na verdade, o tratado de Gabriel é sobre o amor a qualquer idade, também na velhice. O protagonista desse romance, prestes a completar 90 anos, encontra uma virgem de 14 anos. Ela é o seu presente de aniversário. “Hoje sei que não foi uma alucinação, e sim um milagre a mais do primeiro amor da minha vida aos noventa anos”.
O autor narra de uma forma naturalmente mágica o mover do amor em um nonagenário: “Passei uma semana inteira sem tirar o macacão de mecânico nem de dia nem de noite, sem tomar banho, sem fazer a barba, sem escovar os dentes, porque o amor me mostrou tarde demais que a gente se arruma para alguém, se veste e se perfuma para alguém, e eu nunca tinha tido para quem”.
Gabriel trata de não nomear o jornalista que protagoniza essa história, não prendê-lo a uma época e de fornecer apenas pistas de sua vida solitária. Tudo para que o leitor ache tudo possível, para que não crie um estereótipo, porque todos estão sujeitos ao amor, mesmo que seja aos noventa.
IMAGEM: http://blog.meiapalavra.com.br/files/2010/03/memorias-de-minhas-putas-tristes.jpg
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